Em 2022, cada europeu gerou, em média, 36,1 kg de resíduos de embalagens plásticas, mais 8 kg do que há dez anos. E, apesar de mais de 40% destes resíduos já estarem a ser reciclados, os restantes continuam a alimentar um problema que está longe de ser resolvido.
Ao todo, foram mais de 16 milhões de toneladas de plástico descartadas apenas num ano na União Europeia. Apesar de cerca de 6,5 milhões terem sido recicladas, os restantes resíduos foram parar a aterros, incineradoras ou, pior, diretamente à natureza. Ainda hoje, entre 19 a 23 milhões de toneladas de plástico entram anualmente em ecossistemas terrestres e aquáticos. A escala deste problema é difícil de ignorar.
No entanto, há sinais positivos quando analisamos a evolução nos últimos anos. A taxa de reciclagem de embalagens de plástico subiu de 25% para 40,7% de 2005 para 2022, mas a UE quer ir mais longe. As metas para já traçadas ambicionam que 90% dos recipientes descartáveis de plástico e metal deverão ser recolhidos separadamente até 2029, e até 2030 espera-se uma redução geral de 5% dos resíduos de embalagens por pessoa, face a 2018.
No entanto, continuam a existir obstáculos, sendo um deles a complexidade técnica. A diversidade de tipos de plásticos e aditivos usados na produção dificulta a triagem e encarece o processo de reciclagem. Além disso, o plástico virgem continua, muitas vezes, a ser mais barato do que o reciclado.
A exportação de resíduos também tem peso nesta equação. Em 2023, 1,3 milhões de toneladas de plástico foram enviadas para fora da UE, um modelo que está agora a ser repensado, com novas regras a limitar este tipo de prática e a promover soluções internas, mais circulares.
A Blueotter acredita que conhecer os dados é o primeiro passo para mudar a realidade. Reciclar mais é possível, mas exige investimento e, acima de tudo, um compromisso claro de todos, desde a indústria até ao consumidor. A transformação que o planeta precisa começa nos números e continua nas escolhas que fazemos todos os dias.